MARGINAL VIVO OU MORTO
Vontade de assar numa fogueira de película vencida a
Ministra Holanda quando lemos sua nota sobre Carlão Reichenbach, para ela
tachado de cineasta marginal só porque trabalhou na Boca, até que vemos na tevê
Helena Ignez achar injusto o mesmo marginal em relação a Sganzerla, apesar do
Bandido e da frase do Oiticica – a Boca ela não cita.
Não é exigir de Helena que se lembre de beber na mesa ao
lado da de Jean Garret, não é querer que a Ministra tenha lido Jairo, é só
pensar que marginal era esse, era marginal a quê, em quê não se enquadrava, por
que o produziu Galante e não Barretos, Farias?
Porque era ditadura, ordem era opressão, marginal era herói
– pobre sociologice. A margem, hoje, é outra, Luz e Candeias morreram, a Boca é
Cracolândia, filme fora da corrente é alternativo, é não comercial,
independente, o cacete, marginal são os nóias.
A posliberdade condena (excuzê mua, Sartre) todos a estarem
dentro, fora é o caos, o Não, reino de exus caralhudos. Ser incluído é preciso,
viver não é, crianças, a rua é para os ratos, vá ser feliz no face, infeliz
também pode, não pode é não ter tribo, tem que assumir, ser público – público,
eu disse, não povo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário