segunda-feira, 2 de julho de 2012


MARGINAL VIVO OU MORTO


Vontade de assar numa fogueira de película vencida a Ministra Holanda quando lemos sua nota sobre Carlão Reichenbach, para ela tachado de cineasta marginal só porque trabalhou na Boca, até que vemos na tevê Helena Ignez achar injusto o mesmo marginal em relação a Sganzerla, apesar do Bandido e da frase do Oiticica – a Boca ela não cita.

Não é exigir de Helena que se lembre de beber na mesa ao lado da de Jean Garret, não é querer que a Ministra tenha lido Jairo, é só pensar que marginal era esse, era marginal a quê, em quê não se enquadrava, por que o produziu Galante e não Barretos, Farias?

Porque era ditadura, ordem era opressão, marginal era herói – pobre sociologice. A margem, hoje, é outra, Luz e Candeias morreram, a Boca é Cracolândia, filme fora da corrente é alternativo, é não comercial, independente, o cacete, marginal são os nóias.

A posliberdade condena (excuzê mua, Sartre) todos a estarem dentro, fora é o caos, o Não, reino de exus caralhudos. Ser incluído é preciso, viver não é, crianças, a rua é para os ratos, vá ser feliz no face, infeliz também pode, não pode é não ter tribo, tem que assumir, ser público – público, eu disse, não povo.

Nenhum comentário: