quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

SAQUE HISTÓRICO

Amigos estão finalizando um livro sobre História da África – aguardem -, e têm um problema: imagens. Usar em seu livro a foto, por exemplo, de uma figura Nok (Nigéria, 500 aC), é pagar uma fortuna a marchands que não hesitam em misturar o milenar ao envelhecido.
A Europa enfeitou museus e praças, por séculos, com objetos exóticos – leia-se arrancados de seus lugares e seus donos. O saque oficial, ao menos, foi contido – hoje, na guerra, se destrói, não se carrega -, mas o mercado é... incontível.
Bens arqueológicos importantes saem facilmente, misturados a similares recentes, de muitos dos países africanos, cujos governantes ou não conseguem ou não querem muito mesmo estancar a sangria. Tornam-se, as peças e suas imagens, então posse e objeto de ganho de alguém que nada tem a ver com elas, não sabe, às vezes, o que são, para que servem, expõe na sua sala o que foi feito para ser largado bem longe de casa.
A história de muitos povos africanos se conta de memória ou pelas obras. O acesso livre às imagens – pelo menos – dessas obras é direito desses povos e de todos os humanos. Mas, o mercado internacional de arte não vive só de bichos no formol, também vai de história roubada.



 zona de conforto

é

 puteiro chique

?

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